15/05/2008

Compromisso ICE CARE


O último texto deste blog é de Janeiro. Não tenho actualizado o blog, não porque não tenha material, mas porque não tenho parado.
Por insólito que possa parecer, em Fevereiro e Março, visitei 11 cidades (Londres, Zurich, Geneve, Bern, Zagreb, Dubai, Atenas, Maputo, Madrid, Las Vegas e Nova York) em 4 continentes diferentes. Nas passagens por Portugal, sentia-me como uma baleia que vem à superficie respirar por breves instantes, para submergir de novo. A metafora não desculpa a falta de civismo ecológico das minhas horas de voo – isso é outro problema que tenho que resolver a breve prazo.

Apesar da vida de caixeiro-viajante que tenho levado, consegui ir mantendo alguns contactos, trocando opiniões, tendo ideias. Uma das ideias que tive, entre Londres e Zurich, foi a de criar uma lista de empresas que se comprometessem com o ambiente, assinando uma espécie de carta de intenções Ice Care. Neste documento as empresas deveriam comprometer-se a reduzir as suas emissões de carbono, durante os próximos anos. As reduções de todas as empresas associadas, poderiam em teoria, atrasar desaparecimento dos glaciares. Ainda que quase insignificante, alguns minutos na melhor das hipoteses, seria uma conquista, um estandarte, um pequeno embrião de mudança! A correlação dos dois factores não é linear, nem há uma relação de causalidade directa entre o comportamento de uma vintena de empresas portuguesas, com os glaciares do Kilimanjaro... mas, mais uma vez, é uma imagem com impacto. Se umas dezenas de pequenas empresas estiverem dispostas a fazer um grande esforço para manter as neves por mais 2 minutos que seja, talvez várias centenas de pessoas lhes quisessem seguir o exemplo e talvez estas falem a outras e assim, talvez, em teoria, se consiga perpetuar os glaciares para que o meu filho Manuel (que quando for grande quer fazer “xecalada comó Pai”), possa em 2030 subir o Kilimanjaro e ver os glaciares.